terça-feira, 28 de junho de 2016

llist of stranger sites

http://historyfoco.blogpot.com/
http://historyofwar.blogspot.com.br/
http://historyofsex.blogspot.com.br/

segunda-feira, 20 de junho de 2016

EVOLUÇÃO DAS DEMARCAÇÕES DAS FRONTEIRAS


Esse vídeo mostra a evolução das fronteiras na Europa nos últimos 1000 anos. um excelente trabalho.
Dica: Fiquem atentos à Alemanha.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Cursos Grátis



uma ótima dica para quem deseja se aprofundar nos estudos, assegurado por diploma ao término e grátis! sem dúvida será  muito útil, inclusive, no fechamento das famosas horas PACs exigidas pelas universidades!

acesse esse link: http://www.portalcursosgratis.com.br

um outro espaço de ótimos cursos é o portal de cursos gratuitos da Fundação Getúlio Vargas( FGV)
http://www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos

 obviamente, em se tratando de cursos online e grátis, quem não poderia ficar de fora é a Cursos Online Sp do Brasil, esta por sua vez cobra na emissão do diploma. apenas isso.
http://www.cursosonlinesp.com.br

faça seu cadastro e bons estudos!!!



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Piauí



O Piauí é um estado maravilhoso, composto por grandes riquezas, em diâmetro histórico e arqueológico. É a terra onde nasci e vivi até os 14 anos de idade. Foram os anos incríveis de minha vida. Anos de aventura e de descobertas extraordinárias. Minha infância foi muito ativa, e, sobretudo, muito divertida. Tive o privilégio de morar em um pequeno interior, qual não possuía ao menos eletricidade. Mas existia uma coisa que apenas as crianças são capazes de enxergar: a grandeza e a profundeza da simplicidade, bem como a maneira primitiva de sobrevivência, e acima de tudo, o sonhar ao olhar a imensidão das estrelas. A beleza da existência, de sentir e respirar o ar que exala das flores de mofumbos, mameleiros, cajueiros e umbuzeiros. tal como as fadigas causadas devido os dias quentes, que logo nos direcionavam às nascentes, açudes e rios, afim de mergulhar a afogar às águas doces o calor exacerbado.

iremos nesse artigo,  entender a lógica da importância do Piauí para a história do Brasil no quesito de independência  da coroa  Portuguesa.


Oeiras-Pi, Patrimônio Histórico

em minha ida ao piauí, aproveitei o gancho  visitei cidades, museus e pontos turísticos. A cidade de Oeiras por exemplo, é uma mina repleta de artefatos históricos. Possui um arsenal de antiguidades. o mais intrigante é, principalmente,a maneira como vem sendo mantido a conservação arquitetônica e artística do local. O estado do Piauí possui 18 patrimônios tombados pelo IPHAN, (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), sendo que 4 destes estão localizados na cidade de Oeiras.Um destes patrimônios tombados, equivale a área qual possui 368 imóveis no local onde foi tombada e 733 imóveis na área de entorno. Tive o privilégio de conhecer, inclusive, de registrar alguns desses points.




 biblioteca da secretaria da educação de Oeiras

biblioteca da secretaria da educação de Oeiras



          Matriz de Nossa Senhora da Vitória/ é uma igreja de arquitetura barroca, começou a ser construída em  1697 e foi concluída em 1733, na antiga Vila da Mocha, em um local onde havia uma pequena capela feita palha e taipa. ela possui  desenhos de flores e ornamentos esculpidos em cantos de paredes e altares, pequenos desenhos estão espalhados em teto. 


parte interna da Matriz Nossa Senhora da Vitória 



praça frente a igreja Nossa Senhora da Vitória, local onde ocorre parte das novenas e festividades católicas. Oeiras é também conhecida como a Capital da Fé. e diga-se de passagem, Oeiras foi a primeira capital do piauí, portanto uma das primeiras cidades. ainda hoje geram-se discutições a respeito do fato da mudança. e o resumo é que Teresina (atual capital)  foi escolhida sede do governo porque está  próxima a navegabilidade dos rios e ao então comércio de Caxias, no Maranhão, considerado o principal da época. 




Casa da Pólvora - é uma construção do Sec. XIX  e, diga-se de passagem, muito simples. como se observa, essa casa foi construída em cima de uma lajeiro de pedra. o material utilizado para construção são pedras não lapidadas e cimento misturado com esterco de gado. na parte interna, não tive o privilégio de entrar, mas lá fica guardado um canhão que teria sido usado na guerra de independência, e, tal como o nome diz, a casa da pólvora era o local onde guardava-se pólvora e armamentos. 


Pé de Deus e Pé do Diabo - parece até engraçado, mas conforme essa lenda,  em Oeiras possui um local, próximo ao centro, este aí da foto, em que existe uma pedra fincada no chão que traz sobre ela a marca de um pé esquerdo. Dizem que é a marca do pé de Jesus e, por isso, os moradores fiéis ali vão rezar, acender velas e fazer as suas penitências. Ao lado está a sepultura do diabo, já soterrada pelas pedras jogadas por esses mesmos fiéis. daí, quem visita o local acende uma vela a Jesus e joga uma pedra no diabo. não estou querendo desconstruir a lenda, mas fiquei quase uma hora procurando o pé de Jesus e não o encontrei. 


único Museu de Oeiras, localizado no Centro histórico, e funciona no prédio João Nepomuceno, construído no século XIX, pela Família Castelo Branco. Pertenceu, ainda, aos Burlamaqui Ferraz e, no ano de 1990, passou a ser residência do Coronel Alano Bezerra. Anos depois, foi adquirido para ser a sede da Intendência Municipal. No ano de 1929 passou a ser o Grupo Escolar Costa Alvarenga e, em 1940, o município de Oeiras doou o prédio para a diocese, quando foi transformada uma de suas dependências em capela e depois se tornou Palácio Episcopal. Hoje é sede do Museu de Arte Sacra de Oeiras.



Picos, uma cidade e tanto

A cidade de Picos é minha paixão de adolescência; é uma cidade que sempre me traz boas recordações. Não poderia ir no Piauí sem visitar Picos. Hoje em dia, sempre que chego em uma cidade, a primeira coisa que faço é ir no museu daquela cidade, inclusive, faço isso antes mesmo de visitar familiares e conhecidos. O museu, no meu ponto de vista, é como a casa da avó, ou a casa daquela tia bem amorosa. Pois bem, chegando em picos, a primeira coisa que fiz foi ir até o museu, que por sinal, único. No entanto, a quantidade de objetos históricos que ali se encontram, poderiam abrir museus de diversos segmentos. é um diversidade tamanha e, sobretudo,  raras e em grande quantidade. O espaço é razoável, porém, desproporcional à variedade de objetos.

 Por possuir peças da época Colonial, Império, República e atualidades, além de um pouco sobre a história da cidade, o Museu de Ozildo Albano diariamente tem recebido muitas pessoas , principalmente historiadores e estudantes, na qual colhem as informações que ali se encontram para realizar pesquisas. logo, o Ozildo Albano, historiador, preocupado com a memória de picos e a preservação de objetos históricos, em 1968 cria o museu, que hoje contém  não só o nome dele, mas objetos pessoais e uma biblioteca gigante.  funciona apenas para visitas.  o diretor  Albano Silva, (irmão de Ozildo) que por sua vez também possui papel importantíssimo em restauração e manutenção, e assim o  faz  gratuitamente. tive o a satisfação de conhece-lo. 


  

 

 Albano Silva, Diretor

sem nenhuma restrição para  fotografias, aproveitei para fazer alguns registros






Chave de Picos



arma utilizada na 1ª Guerra Mundial 

arma que atira pedra (bacamarte)


cal. 38 e diversos 














vitrola

Carta de José Bonifácio, o patrono do Brasil


como havia escrito anteriormente, esse museu é muito rico em documentação. essa carta escrita por José Bonifácio, é um exemplo comum. enquanto estive lá, li documentos de compra e venda de escravos, com forme a próxima imagem, observe:
e claro, uma série de outras coisas, esse museu possui fósseis, e, um comodo repleto de prateleiras com caixas e mais caixas com objetos, que  são expostos em períodos distintos. 

depois que visitei o museu, não poderia deixar de dar um boa volta pela cidade, e o ponto de referencia muito conhecido na cidade de picos é a Catedral, que aliás, é uma das maiores do nordeste. ela fica no centro da cidade, possui 40 metros de altura.

Catedral de Nossa Senhora dos Remédios
 tão imponente  que, de quase toda  cidade é possível vê-la. Picos é rodeada por morros, e, de cima deles, temos uma visão panorâmica da cidade, e assim,  a Catedral  aparece ainda mais quando vista do alto. 


Teresina - capital 

em Teresina, conheci pouca coisa devido o tempo que permaneci por lá. mas deu para ver que é também um local com vários pontos turísticos, e acima de tudo, interessantes, como um grande espaço reservados à venda de artesanato qual visitei, típico do nordeste. 
Central  de Artesanato Mestre Dezinho 
frente ao teatro- Centro TE

Caída

na casa de uma prima que ainda vive no interior qual mencionei no início desse texto, local sem eletricidade, etc, deparei-me com um rádio, o mesmo de quando saí de lá. não sei a procedência ou ano de fabricação, mas uma coisa é certa:  esse rádio tem história rsrs... abraços  

rádio Tereza




                                                                                       
                                                                                   Por Americo Moura 

domingo, 28 de setembro de 2014

Oriente e Ocidente: Demarcação


Introdução
Partindo da bipartição entre Oriente e Ocidente que remonta à Pré-história, quando da separação dos povos, línguas e religiões - fenômeno unitário - é necessário demarcá-los para ter clareza quanto a sua abrangência. Não podemos estudar o Oriente, sem saber o que o distingue do Ocidente e sem considerar a existência dos vários Orientes.
Será que termos tão genéricos quanto filosofa ocidental e filosofia oriental tem alguma unidade? Estarão incluídas nessa bipartição todas as culturas da Terra? Que dizer das culturas africanas, ameríndias, australianas etc? Há uma unidade cultural no Oriente?
Para responder a esta e tantas outras perguntas congêneres, procedamos por etapas.

Primeira Etapa: Ocidente e Orientes
Conforme o enigmático autor René Guénon (1886-1951), crítico acérrimo do Ocidente moderno, pode-se perfeitamente falar de uma mentalidade oriental oposta em seu conjunto à mentalidade ocidental mas não se pode falar de uma civilização oriental como se fala de uma civilização ocidental e já que há várias civilizações orientais nitidamente distintas (1). Teríamos, assim, uma civilização ocidental e várias orientais. Por outro lado, a unidade cultural (2) da civilização ocidental moderna só repousaria num conjunto de tendências que constituem uma certa conformidade mental, uma simples unidade de fato, sem princípio, desde que o Ocidente rompeu com a Cristandade, seu princípio constitutivo até a Idade Média. Enquanto que as civilizações orientais, por mais diversas que sejam, cada uma repousando sobre um princípio de unidade diferente, trazem todas certos traços culturais comuns, principalmente quanto aos modos de pensar, o que permite dizer que existe, de um modo geral, uma mentalidade especificamente oriental (3).

Segunda Etapa: Critério Geográfico
O ponto de partida para caracterizar o Oriente e o Ocidente é geográfico, no entanto tais conceitos geográficos revelam profundo conteúdo cultural. Nesse sentido, e em primeira instância, podemos dizer que o Ocidente é fundamentalmente a Europa, o Oriente é fundamentalmente a Ásia. Não é preciso salientar o imenso conteúdo cultural de tais realidades. A oposição entre Oriente-Ocidente é a oposição Europa-Ásia. Então, estão excluídas da bipartição Oriente-Ocidente todas as civilizações que não pertencem à Eurásia, como as da África, da América, da Austrália, da Oceânia etc. É um ponto assentado por historiadores, não sem contestação, que na Ásia principiaram as primeiras civilizações humanas. Diz-nos o famoso historiador italiano do século passado, Cesare Cantù (4)(1804-1895), que a Ásia é o breço do gênero humano e da civilização, sendo não só a parte mais extensa do mundo como também a mais favorecida pela natureza. Pelo menos para o início dos povos civilizados a Ásia avantajava-se em relação à Europa. As primeiras grandes civilizações nasceram no chamado Crescente Fértil, região que vai desde o Egito até a Mesopotâmia. Nesse caso o Egito, apesar de ser África, tem sua história muitos mais entremeada com a dos povos da Ásia do que com os da África, como a Etiópia, inimigo irredutível da ordem egípcia.

Terceira Etapa: Mitologia
Muitos contestam essa primazia da Ásia. As cidades mais antigas do mundo estariam na América. Temos aqui uma problemática complexíssima referente às origens humanas, bem como um intrincado labirinto de mitologias, que apenas mencionamos porque muitos mitos estão relacionados à bipartição Oriente-Ocidente. Apesar de muitas tradições, como a tradição suméria, a persa e a hebraica colocarem o paraíso perdido na Mesopotâmia, inúmeras outras insistem em colocá-las no extremo Ocidente. O mito da Atlântida, por exemplo, que cativou profundamente a Platão (427a.C.-327a.C.) em sua velhice, a ponto de tê-lo levado consigo ao túmulo (5), revela uma participação primordial do Ocidente na civilização humana: uma ilha entre a Europa e a América em que seu principal representante, Atlas, o atlante, está ligado ao Jardim das Hespérides (Hespérides quer dizer Ocidente!), imagem do Paraíso. Vários outros mitos orientais, como o do famoso Paraíso de Amida, colocam o Paraíso no Ocidente (6). A América redescoberta é, no imaginário europeu, a redescoberta do Paraíso. Este mito é a matriz geradora de todos os posteriores mitos socialistas ocidentais. Não sendo esse tópico central para o nosso tema, basta mencioná-lo. Consideramos serem necessárias muitas outras descobertas e aprofundamentos para que se possa, talvez no futuro, desemaranhar esse misterioso passado.

Quarta Etapa: Etimologias
A palavra oriente vem do latim oriens, ‘o sol nascente’, de orior, orire, ‘surgir, tornar-se visível’, palavra da qual nos vem também ‘origem’. A palavra ocidente nos vem do latim occidens, ‘o sol poente’, de occ-cidere, de op, ‘embaixo etc’, e cadere, ‘cair’. Seríamos induzidos a seguinte analogia: da mesma maneira que o sol nasce no Oriente e morre no Ocidente, assim também a cultura nasce no Oriente e morre no Ocidente.
Os termos Europa e Ásia são mais incertos quanto a suas raízes primitivas. A palavra europa, conforme o citado dicionário, é provavelmente de origem semita, do acádico erebu, ‘entrar, por-se’ (dito do sol), ereb chamshai, ‘por do sol’. Nessa hipótese, Europa que dizer exatamente Ocidente. A forma E u r v p h , como no nome E u r -v p h , ‘cara larga’, seria apenas um tendência de helenizar as palavras estrangeiras. A palavra ásia, também viria do acádico asu, ‘ir-se, surgir’ (dito do sol), significa, então, exatamente o mesmo que Oriente. Com isso, Ásia e Europa, Oriente e Ocidente, são sinônimos.
Não são no entanto seguras essas etimologias de Ásia e Europa. Uma coisa porém é certa, que o nome Europa está ligado ao mito relacionando gregos e fenícios (7). Zeus, em forma de touro, rapta uma mulher fenícia, a bela Europa.Assim, o nome Europa é nome que vem do Oriente, não se sabe, porém, como.

Quinta Etapa: Grandes Culturas
Quando se procura caracterizar o que seja uma grande cultura, não se pensa em primeiro lugar num critério valorativo. Uma grande cultura não é necessariamente uma cultura superior. É, porém, certamente uma cultura que quer expandir-se, que quer totalizar seu espaço geo-político. Por exemplo, a cultura que surgiu na confluência do Rio Amarelo e do Rio Wei, na China, acabou por dominar todo o espaço da China. Ainda hoje temos remanescentes de numerosas culturas na China que permaneceram em seu estado tribal. Esta tendência à expansão, que podemos perfeitamente chamar de imperialista, ou seja, de querer imperar universalmente, é um traço característico do que se denomina uma grande cultura.
Ora, na Europa surgiu um grande sistema cultural que culminou no que chamamos de cultura ocidental. O que caracteria a cultura ocidental é ser esta a síntese de três culturas: a grega, a romana e a judaica, esta na componente cristã. A esta cultura assimilaram-se e a dinamizaram os povos germânicos. Então, nem a cultura grega, nem a romana e nem a judaica, separadamente, constituem a cultura ocidental. Nesse processo de integração entre essas três culturas, destaca-se, para complicar as coisas, um bloco oriental, o greco-bizantino, em que a componente romana teve um papel secundário, e que assimilou os povos eslavos. O Império Romano do Oriente e o posterior Império Bizantino são por assim dizer o Oriente ocidental, o "Oriente Europeu", mas não o que chamamos propriamente de Oriente. Poderíamos dizer que suas duas capitais históricas, Roma e Constantinopla, hoje estão representadas por Washington e Moscou. Tudo isso é, no entanto, Europa, ou melhor, Ocidente. Deve-se constatar que foi a Rússia que se expandiu para a Ásia. No entanto, esta tendência poderá inverter-se em favor da China.
Paralelamente, na Ásia, em que encontramos uma incrível pluralidade de línguas e culturas, surgiram, depois de um longo desenvolvimento histórico, três grandes sistemas culturais - e não um - que foram denominados por sua relação de proximidade com a Europa de: 1. Próximo-Oriente, 2. Oriente-Médio e 3. Extremo-Oriente, e que constituem o que hoje se denomina especificamente de Oriente.









Sexta Etapa: Os Três Orientes
:


Pode-se ver pelo mapa os três Orientes, clara e geometricamente distintos, e que não haveria a menor possibilidade de confundir o Próximo-Oriente com o Oriente-Médio.
Vejamos agora esses três Orientes.
O Próximo-Oriente
O Próximo-Oriente é constituído pela cultura árabe. Nem sempre foi assim. Tivemos, no passado, inúmeras culturas nesse mesmo espaço: a cultura suméria, a egípcia, a assiro-babilônica, a persa, a judaica, a grego-romana, a greco-bizantina etc. Hoje temos a volta dos judeus à Palestina, rompendo a antigo equilíbrio. Temos que assinalar que hoje (vide o mapa 2) confunde-se o Próximo-Oriente com o Oriente-Médio, principalmente no Brasil. Havendo um conflito na Palestina nossa impressa e mídia eletrônica fala de um conflito no Oriente-Médio, enquanto que a televisão alemã, em relação ao mesmo conflito se refere ao Próximo-Oriente (Konflikt in Nahosten). É como se o Próximo-Oriente não existisse mais! (8)
O Próximo-Oriente, segundo Guénon, começa nos confins da Europa e extende-se tanto pela parte da Ásia, mais próxima da Europa, quanto por toda a África do Norte. As populações bérberes da África do Norte não se confundem com os árabes, no entanto, na medida em que possuem uma unidade, esta é não somente muçulmana mas também árabe em sua essência. O grupo árabe, no mundo muçulmano, é primordial, pois é com ele que o Islão nasceu e é a língua árabe, a língua tradicional de todos os povos muçulmanos, qualquer que seja sua origem e raça. Ao lado grupo árabe, há dois outros grupos principais, o grupo turco-mongólico e o grupo persa. O primeiro compreende os turcos e os tártaros, que apesar de racialmente diferirem dos árabes, destes dependem culturalmente. Todos estes formam um conjunto que se opõe ao grupo persa, formando a separação mais profunda que existe no mundo muçulmano, separação que se exprime, ainda que não de todo extamente, dizendo que os primeiros são sunitas enquanto que os persas são xiitas. No entanto, grupos muçulmanos encontram-se também na Índia e na China. A Pérsia, por seu passado, raça, cultura e religião antiga, e mesmo geograficamente, deveria pertencer propriamente ao Oriente-Médio, mas hoje é inteiramente muçulmana.
O Oriente-Médio
O Oriente-Médio é constituído pelo universo cultural hindú (9). Propriamente deveria compreender duas civilizações: a hindú e a dos antigos persas, mas a segunda como vimos passou para o Próximo-Oriente, e os remanescentes parsis formam pequenos grupos na Índia e no Cáucaso. Então, essa civilização indiana, compreende, em sua unidade, povos de raças bem diversas, bem maiores que as diferenças encontradas em toda a Europa. No entanto, esses povos são portadores de uma mesma cultura, uma mesma língua culta: o sânscrito (10). Essa cultura hindú expandiu-se mais para o leste do que para o oeste, em certas regiões como a Birmânia, o Cambodja, a Tailândia e algumas ilhas da Oceânia. Sua maior influência deu-se através do budismo, em grande parte da Ásia central e oriental.



O Extremo-Oriente
O Extremo-Oriente constitui-se pelo universo da cultura chinesa. Extende-se ao Vietnã, Coréia. O Japão também está incluído, principalmente por ter adotado o sistema de escrita chinesa. Contudo, possui também uma cultura própria, com elementos bem característicos e diferenciados. Este mundo do Extremo-Oriente possui uma unidade racial bem mais acentuada do que os outros Orientes. O que unifica esta cultura é principalemnte a língua escrita chinesa comum. Poderíamos salientar que o Tibet, povo de raça chinesa, cuja língua pertence ao grupo sino-tibetano, voltou-se para a cultura hindú, tendo empregado inclusive um alfabeto derivado do alfabeto devanagari (11).

Sétima Etapa: Expansão
Esta divisão é fundamental. Temos claramente três Orientes distintos com suas línguas, religiões, culturas e histórias diferentes (12). Essas quatro grandes culturas, o Ocidente e os três Orientes, expandiram-se em várias partes do mundo. É importante ressaltar que as áreas onde se expandiram essas culturas, são consideradas como pertencentes à mesma, assim, por exemplo, o norte da África que já foi de cultura Ocidental-Cristã hoje é de cultura Oriental-Islâmica. A Australia, no extremo leste, é de cultura ocidental.

Conclusão
Há certamente uma origem pré-histórica da bipartição Oriente-Ocidente, difícil de ser penetrada, marcando, para muitos, uma diferença irredutível (13). Houve vários encontros entre Ocidente e Oriente, desde a mítica Guerra de Tróia até as guerras em tempos históricos, como as guerras greco-pérsicas. O escritor latino Firmianus Lactantius (ca.250d.C.-330d.C.), convertido ao Cristianismo, diante da iminente derrocada do Império Romano, disse que, conforme uma antiga tradição imemorial, o Império Romano seria destruído voltando a ser asiático, e essa catástrofe precederia o fim dos tempos (14). Parece incrível que tivesse permanecido na consciência histórica dos romanos uma tradição que remonta à origem da separação Oriente-Ocidente e que a volta da Europa à unidade indiferenciada seria a volta ao caos.
Devemos considerar, para finalizar, que os três Orientes estão vivos e presentes no mundo de hoje, e que depois da ocidentalização global, através da revolução planetária da tecnologia, emergem os mesmos, lutando pela supremacia no mesmo campo de batalha econômico-tecnológico ocidental (15).
Para o mundo globalizado de hoje é preemente um conhecimento recíproco profundo entre Oriente e Ocidente. O ponto de partida deve ser uma demarcação clara do que sejam os três Orientes e o Ocidente em suas unidades e oposições.

1- René Guénon - Introduction Génerále a l’étude des Doctrines hindoues. Paris, Les Editions Véga, 1964. De interesse para este artigo são os capítulos primeiro e segundo, pp. 53-65.
2- Usamos os termos civilização e cultura numa relação análoga à de corpo e alma: substancialmente unidos sem confusão de substâncias. Há, no entanto, grande variedade de acepções e usos quanto a esses dois termos.
3- op.cit. p.53.
4- cf. Cesare Cantù - História Universal. buenos Aires, Editorial Spena, 1950. Consultar o livro II, capítulos 1-5, sobre Ásia: vol. I, p.103-125.
5- O mito é mencionado no Timeo 24d-25d e depois tratado no Crítias 120e-121c, diálogo inacabado que termina com uma reunião dos deuses por Zeus em que ele iria dizer o motivo do castigo dos atlantes.
6- Recomendo a sugestiva obra do autor russo Dimitri Merejkowski (1865-1941): - Atlântida-Europa: O Mistério do Ocidente. Belgrado, 1930. Dispomos da tradução italiana: L’Atlantide-Hoepli. Milão, 1937.
7- Gerhard Herm - A Civilização do Fenícios. Otto Pine editores, 1979, pp 229-230.
8- Parece que a Índia depois de Jawaharlal Nehru (1889-1964) retirou-se do cenário internacional. Assim, se explica que a designação Oriente-Médio confunde-se com a de Próximo-Oriente.
9- Indicamos a obra de de Pierre Gourou - Le terre et l’homme en Extrême-Orient. Paris, Flamarion, 1972.
10- Isto não impede que todas as etnias possuam suas próprias línguas dialetais, os vários prakrti.
11- devanagari quer dizer ‘divina escrita de cidade’, é o nome do alfabeto sânscrito.
12- Para ulteriores aprofundamentos recomendamos a obra de Pierre Gourou - L’Asie. Paris, Hachette Université, 1971.
13- Como Rudyard Kipling (1865-1936), escritor e poeta inglês e que de 1882 a 1889 foi jornalista na Índia. Em seu famoso romance Kim (1901), ambientado na Índia, aprofunda o modo de pensar e agir recíproco dos inglese e hindús. É dele a supreendente frase: O Oriente é Oriente, o Ocidente é Ocidente e não se encontrarão nunca.
14- cf. Johannes quasten - Patrologia. Slamanca, B.A.C., 1961, p.665-683.

15- Essa ocidentalização do mundo foi apenas material, não espiritual, um Ocidente sem sua alma, o cristianismo.